sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Assassinos nas Igrejas

texto de Charles R. Swindoll

"Há assassinos a solta hoje em dia. o problema é que você não pode dizer isso só de olhar. eles não usam botons de identificação, nem carregam sinais advertindo todos em manter distância. pelo contrario, muitos deles carregam bíblias e parecem ser pessoas de vida pura, com bela aparencia e cumpridoras da lei. a maioria deles passa muito tempo nas igrejas, alguns em postos de liderença religiosa. muitos são tão respeitados na comunidade que seus vizinhos jamais imaginariam que vivem ao lado de assassinos. eles matam livremente, com espontaniedade e criatividade; matam tanto a alegria quanto a produtividade. matam com suas palavras, sua caneta e seu olhar. matam muito mais com sua atitude do que com seu comportamento. dificilmente há uma igreja, uma organização cristã, uma escola cristã, um grupo missionario ou um ministerio que faço uso da mídia onde tal perigo não esteja espreitando. a coisa mais impressionante é que todo dia, sem falhar, escapam da punição sem serem confrontados ou expostos. é estranho também que os mesmos ministros incapazes de suportar uma heresia por dez minutos ficam de lado e permitem que esses assassinos ocupem todo o espaço que precisam para manobrar e manipular os outros de maneira mais insidiosa que se pode imaginar. a intolerancia deles, é tolerada. seu espirito julgador não é julgado. suas taticas de intimidação não são controladas. sua atitude intolerante pode ser tanto justificada quanto rapidamente defendida. o fardo resultante seria um crime, caso nao fosse tao sutil e nao estivese revetido de algo com aparencia tao espiritualmente sadia. hoje, nesse exato momento, milhoes de individuos que deveriam ser livres e produtivos estao vivendo com vergonha medo e intimidacao a coisa tragica é que eles pensam que é assim que deve ser. nunca conheceram a verdade que pode liberta-los..."

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Decepcionados com a Igreja

Muitos são os cristãos abandonam o convívio das igrejas locais e decidem exercer sua religiosidade em modelos alternativos.

Por Mauricio Zágari

A Igreja Evangélica brasileira está cansada. E é um cansaço que vem provocando mudanças fortes de paradigmas com relação aos modelos eclesiásticos tradicionais. Ele afeta milhões de pessoas que se cansaram de promessas que não se cumprem, práticas bizarras impostas de cima para baixo, estruturas hierárquicas que julgam imperfeitas ou do mau exemplo e do desamor de líderes ou outros membros de suas congregações. Dessa exaustão brotou um movimento que a cada dia se torna maior e mais visível: o de cristãos que abandonam o convívio das igrejas locais e decidem exercer sua religiosidade em modelos alternativos – ou, então, simplesmente rejeitam qualquer estrutura congregacional e passam a viver um relacionamento solitário com Deus. O termo ainda não existe no vernáculo, mas eles bem que poderiam ser chamados de desigrejados.

No cerne desse fenômeno está um sentimento-chave: decepção. Em geral, aqueles que abandonam os formatos tradicionais ou que se exilam da convivência eclesiástica tomam tal decisão movidos por um sentimento de decepção com algo ou alguém. Muitos se protegem atrás da segurança dos computadores, em relacionamentos virtuais com sacerdotes, conselheiros ou simples irmãos na fé que se tornam companheiros de jornada. Há ainda os que se decepcionam com o modelo institucional e o abandonam não por razões pessoais, mas ideológicas. Outros fogem de estruturas hierárquicas que promovam a submissão a autoridades e buscam relações descentralizadas, realizando cultos em casa ou em espaços alternativos.

A percepção de que as decepções estão no coração do problema levou o professor e pastor Paulo Romeiro a escrever Decepcionados com a graça (Mundo Cristão), livro onde avalia algumas causas desse êxodo. Embora tenha usado como objeto de estudo uma denominação específica – a Igreja Internacional da Graça de Deus –, a avaliação abrange um momento delicado de todo o segmento evangélico. Para ele, o epicentro está na forma de agir das igrejas, sobretudo as neopentecostais. “A linguagem dessas igrejas é dirigida pelo marketing, que sabe que cliente satisfeito volta. Por isso, muitas estão regendo suas práticas pelo mercado e buscam satisfazer o cliente”. Romeiro, que é docente de pós-graduação no Programa de Ciências da Religião da Universidade Mackenzie e pastor da Igreja Cristã da Trindade, em São Paulo, observa que essas igrejas não apresentam projetos de longo prazo. “Não se trata da morte, não se fala em escatologia; o negócio é aqui e agora, é o imediatismo”. Segundo o estudioso, a membresia dessas comunidades é, em grande parte, formada por gente desesperada, que busca ajuda rápida para situações urgentes – uma doença, o desemprego, o filho drogado. “O problema é que essa busca gera uma multidão de desiludidos, pessoas que fizeram o sacrifício proposto pela igreja mas viram que nada do prometido lhes aconteceu.”

Se a mentalidade de clientela provocou um efeito colateral severo, a ética de mercado faz com que os fiéis passem a rejeitar vínculos fortes com uma única igreja local, como aponta tese acadêmica elaborada por Ricardo Bitun. Pastor da Igreja Manaim e doutor em sociologia, ele usa um termo para designar esse tipo de religioso: é o mochileiro da fé. “Percebemos pelas nossas pesquisas que muitas igrejas possuem um corpo de fiéis flutuantes. Eles estão sempre de passagem; são errantes, andam de um lugar para outro em busca das melhores opções”, explica. Essa multiplicação das ofertas religiosas teria provocado um esvaziamento do senso de pertencimento, com a formação de laços cada vez mais temporários e frágeis – ao contrário do que normalmente ocorria até um passado recente, quando era comum que as famílias permanecessem ligadas a uma instituição religiosa por gerações.

Para Bitun, a origem desse comportamento é a falta de um compromisso mútuo, tanto do fiel para com a denominação e seus credos quanto dessa denominação para com o fiel. O descompromisso nas relações, um traço de nosso tempo, impede que raízes de compromisso – não só com a igreja, mas também em relação a Deus – sejam firmadas. “Enquanto está numa determinada igreja, o indivíduo atua intensamente; porém, não tendo mais nada que lhes interesse ali, rapidamente se desloca para outra, sem qualquer constrangimento, em busca de uma nova aventura da fé”, constata.



Modelo desgastado – O desprestígio do modelo tradicional de igreja, aquele onde há uma liderança com legitimidade espiritual perante os membros, numa relação hierárquica, já não satisfaz uma parcela cada vez maior de crentes. “As decepções ocorrem tanto por causa de líderes quanto de outros crentes”, aponta o pastor Valdemar Figueiredo Filho, da Igreja Batista Central em Niterói (RJ). Para ele, um fator-chave que provoca a multiplicação dos desigrejados é a frustração em relação a práticas e doutrinas. “Nesses casos, geralmentequem se decepciona é quem se envolve muito, quem participa ativamente da vida em igreja”. Com formação sociológica, o religioso diz que o fenômeno não se restringe à esfera religiosa, já que todo tipo de tradição tem sido questionada pela sociedade. “Há uma tendência ampla de se confrontar as instituições de modo geral”, diz Valdemar, que é autor do livro Liturgia da espiritualidade popular evangélica (Publit).

O jovem Pércio Faria Rios, de 18 anos, parece sintetizar esse tipo de sentimento em sua fala. Criado numa igreja tradicional – ele é descendente de uma linhagem de crentes batistas –, Pércio hoje só freqüenta cultos esporadicamente. “Sinto-me muito melhor do lado de fora”, admite. “Estou cansado da igreja e da religião”. A exemplo da maioria das pessoas que pensam como ele, o rapaz não abriu mão da fé em Jesus – apenas não quer estar ligado ao que chama de “igreja com i minúsculo”, a institucional, que considera morta. “Reconheço o senhorio de Cristo sobre a minha vida e sou dependente da sua graça”, afirma. E qual seria a Igreja com i maiúsculo, em sua opinião? “O Corpo de Cristo, que continua viva, e bem viva, no coração de cada cristão.”

Boa parte dos desigrejados encontra no território livre da internet o espaço ideal para exposição de seus pontos de vista. É o caso de uma mulher de 42 anos que vive em Cotia (SP) e assina suas mensagens e posts com o inusitado pseudônimo de Loba Muito Cruel. À reportagem de CRISTIANISMO HOJE, ela garante que é uma ovelha de Jesus, mas conta que durante muito tempo foi incompreendida e rejeitada pela igreja. “Desde os nove anos, estive dentro de uma denominação cheia de dogmas e regras rígidas, acusadora e extremamente castradora”. Na juventude, afastou-se do Evangelho, mas o pior, diz ela, veio depois. “Retornei ao convívio dos irmãos tatuada e cheia de vícios, e ao invés de ser acolhida, não senti receptividade alguma por parte da igreja, o que acabou me afastando mais ainda dela. Percebi o quanto os crentes discriminam as pessoas”, queixa-se.

Loba conta que, a partir dali, começou uma peregrinação por várias igrejas. Não sentiu-se bem em nenhuma. “Percebi que nenhum dos líderes vivia o que pregava. Isso foi um balde de água fria na minha fé”, relata. Hoje, ela prefere uma expressão de fé mais informal, e considera possível tanto a vida cristã como o engajamento no Reino de Deus fora da igreja – “Desde que haja comunhão com outros irmãos de fé, que se reúnam em oração e para compartilhar a Palavra, evangelizar e atuar na comunidade”, enumera.



Igreja virtual – Gente comoPércio e Loba compartilham algo em comum, além da busca por uma espiritualidade em moldes heterodoxos: são ativos no ambiente virtual, seja por meio de blogs ou através de ferramentas como o twitter e outras redes sociais. É cada vez maior a afluência de pessoas das mais diversas origens denominacionais à internet, em busca de comunhão, instrução e edificação. O pastor Leonardo Gonçalves lidera a Iglesia Bautista Misionera em Piura, no Peru. Mestre em teologia, edita o blog Púlpito cristão. “Quando comecei esse trabalho, passei a conhecer muitas pessoas que estavam insatisfeitas com os rumos que o evangelicalismo brasileiro estava tomando”, revela. “Neste processo, alguns começaram a ver o blog como uma alternativa à Igreja, ou até mesmo como uma igreja virtual”. Leonardo lida com esse tipo de público diariamente no blog. “Geralmente, são pessoas extremamente ressentidas. Consideram-se vítimas de líderes abusivos e autoritários e relatam que tiveram sua autonomia violada e a identidade quase banida em nome de uma mentalidade de rebanho que não refletia os ideais de Cristo.”

Outro que considera natural essa migração em busca de uma comunhão cristã que prescinde da igreja tradicional é o marqueteiro e teólogo presbiteriano Danilo Fernandes, editor do blog e da newsletter Genizah Virtual. Voltado à apologética, seu trabalho tem causado polêmicas e enfrentado resistências, inclusive de líderes eclesiásticos. “Pessoas cansadas de suas igrejas estão buscando pregadores com boas palavras, o que as leva à internet”. Para ele, buscar comunhão virtual em chats e outras mídias sociais é uma tendência. “A massa está desconfiada por traumas do passado; é gente machucada, marcada, ferida, gente que viu seus ídolos caírem”, conclui. Ele mesmo tem atendido diversas pessoas que o procuram para desabafar ou pedir conselhos.

Um resultado dessa busca por comunhão no ambiente virtual é o surgimento de grupos como o Clube das Mulheres Autênticas (CMA). Nascido de uma brincadeira entre mulheres cristãs que se conhecem apenas virtualmente, o grupo tem como lema “Liberdade de ser quem realmente se é”. A bacharel em direito Roberta Oliveira Lima, de 31 anos, é uma das integrantes. Ex-membro da Igreja Batista da Lagoinha, em Belo Horizonte (MG), ela afastou-se de muitas das práticas ensinadas no modelo congregacional e se diz em busca de uma igreja “sem excessos”. Ela se define como “uma pessoa desigrejada, mas não desviada dos princípios do Evangelho”. Segundo Roberta, o CMA supre carências que a igreja local já não preenchia mais. “Nosso espaço tem sido um local de refúgio, acolhimento e alegrias”, relata.

Ela garante que, até o momento, o grupo não sentiu falta de uma figura sacerdotal. “Aquilo que nos propomos a buscar não requer tal figura”, alega. “Pelo contrário, temos entre nós alguns feridos da religião e abusados por figuras sacerdotais clássicas. O nosso objetivo maior é compartilhar a vida e o Evangelho que permeia todos os centímetros de nossa existência”, descreve, ressaltando que, para isso, não é necessário adotar uma postura proselitista. “Mas nosso objetivo jamais será o de substituir a igreja local”, enfatiza.



“Galho seco” – “Falta de acolhimento pela comunidade, o desgaste provocado pelo estilo centralizador e carismático de liderança e frustração com as ênfases doutrinárias contribuem para esse fenômeno”, concorda o pastor Alderi Matos, professor de teologia histórica no Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper, em São Paulo. Mas ele destaca outro fator que empurra as pessoas pela porta de saída dos templos: “É quando uma igreja e seus líderes se envolvem em escândalos morais e outros”.

A paraibana C., de 37 anos, é um exemplo de gente que fez esse penoso percurso. Ela relata uma história de abusos e falta de princípios bíblicos na congregação presbiteriana de que foi membro por mais de quinze anos, culminando com um caso de violência doméstica de que foi vítima – sendo que o agressor, seu marido, era pastor. “Havia perdido completamente a alegria de viver, ao me deparar com uma realidade bem distante daquela que o Evangelho propõe como projeto para a vida”. C. fala que conviveu em um ambiente religioso adoecido pela ausência do amor de Cristo entre as pessoas: “Contendas sem fim, maledicência impiedosa e muitos litígios entre pessoas que se diziam irmãs”.

Este ano, C. pediu o divórcio do marido e tem frequentado um grupo alternativo de cristãos. “Rompi com a religião. Hoje, liberta disso, tudo o que eu desejo é Jesus, é viver em leveza e simplicidade a alegria das boas novas do Evangelho”. Ela explica que, nesse grupo, encontrou pessoas que vivenciaram experiências igualmente traumáticas com a religião e chegaram com muitas dores de alma, precisando ser acolhidas e amadas. “Temos nos ajudado e temos sido restaurados pouco a pouco. No âmbito do grupo, um ambiente de confiança foi formado, de modo que compartilhar é algo que acontece naturalmente e com segurança.”

“As pessoas anseiam por ver integridade na liderança. Quando o discurso não casa com a prática, o indivíduo reconhece a hipocrisia e se afasta”, avalia o bispo primaz da Aliança das Igrejas Cristãs Nova Vida (ICNV), Walter McAlister. Para ele, se os modelos falidos de igrejas que não buscam o senso de comunhão e discipulado – como os que denuncia em seu livro O fim de uma era (Anno Domini) – não mudarem, o êxodo dos decepcionados vai aumentar. Apesar de compreender os motivos que levam as pessoas a abandonarem a experiência congregacional, o bispo é enfático: “Nossa identidade cristã depende da coletividade e, portanto, de um compromisso com uma família de fé. Sem isso, a pessoa não cresce nas virtudes cristãs e deixa de viver verdadeiramente a sua fé. Como um galho solto, seca e morre”.

“O fenômeno dos desigrejados é péssimo. Somos um corpo, nunca vi orelhas andando sozinhas por ai”, diz Paulo Romeiro. O pastor Alderi, que também é historiador, recorre à tradição cristã para defender a importância da igreja na vida cristã. “Da maneira como a fé cristã é descrita no Novo Testamento, ela apresenta uma feição essencialmente coletiva, comunitária. A lealdade denominacional é importante para os indivíduos e para as igrejas. Quem não tem laços firmes com um grupo de irmãos provavelmente também terá a mesma dificuldade em relação a Deus”, sentencia.



Sinais do Reino – Dentro dessa linha de pensamento, é possível até mesmo encontrar quem fez uma jornada às avessas, ou seja, da informalidade religiosa para o pertencimento denominacional. Responsável pelo blog Lion of Zion, Marco Antonio da Silva, de 31 anos, é membro da Comunidade da Aliança, ligada à Igreja Presbiteriana do Brasil, em Recife (PE). Ele afirma que redescobriu sua fé na igreja institucional. “Para alguns militantes virtuais mais radicais, isso seria uma heresia, mas tenho uma família com necessidades que uma igreja local pode suprir – e a congregação da qual faço parte supre essa lacuna muito bem”, afirma.

“Existe desgaste, autoritarismo e inoperância em todos os lugares onde o homem está”, reconhece o pastor e missionário Nelson Bomilcar. Ele prepara um livro sobre o tema, baseado nas próprias observações do segmento evangélico a partir de suas andanças pelo país. “Podemos ficar cansados e desencorajados, mas temos que perseverar e continuar amando e servindo a Igreja pela qual Jesus morreu e ressuscitou”. Como músico e integrante do Instituto Ser Adorador, Bomilcar constantemente percorre congregações das mais variadas confissões denominacionais – além de ser ligado a seis igrejas locais, ele congrega na Igreja Batista da Água Branca, em São Paulo. “Continuo acreditando na Igreja do Senhor. Estou na Igreja porque fui colocado nela pelo Espírito Santo. É possível viver o Evangelho na comunidade, apesar de todas as suas ambiguidades, para balizarmos aqui e ali sinais do Reino de Deus. Tenho sido testemunha disso”.

texto publicado na revista cristianismo hoje

O que eu penso sobre a Igreja

Por Daniel Jimenez

Primeiro, desculpem esta minha indiscreta e chata introdução

Visto que meu único interesse existencial e missão pessoal foi é e será falar sobre DEUS para as pessoas com quem tenho comungado espaço sobre a terra, e ao longo dos ultimo anos tenho conversado mais abertamente sobre minhas posições, em especial frente a este corrompido universo circense chamado meio evangélico - que NADA tem de EVANGELHO.

DEUS é minha testemunha de que o que penso e o que falo só o faço por considerar ELE como meu Supremo orientador: ético-e-moral, espiritual e existencial. E dentro do que ELE, DEUS, me tem por reserva, isto é o que tenho, desde sempre, partilhado. Sobre o REINO, sobre o AMOR, sobre a ESPERANÇA, sobre a JUSTIÇA, sobre a FAMÍLIA, sobre a possibilidade de cada ser humano se redescobrir em DEUS, e NELE encontrar o propósito de sua existência nesta Terra, e mais que o alcance de tal propósito se reverterá em benéfices para TODA a humanidade desta e das futuras gerações.

Cansado de ter que justificar minhas posições mal interpretadas por pessoas que ouvem e reproduzem parcialmente minhas falas é que estou escrevendo este email, direcionado apenas para que não tenham em mente nada além do que hoje orbita meu coração. De antemão peço perdão aos que pensam diferente de mim, peço perdão por, talvez, confrontar a fé de alguns, entretanto, tudo o que agora escrevo, é fruto de uma caminhada muito próxima dAquele que é o ápice da minha existência.

Obviamente que desde o momento em que agora escrevo, esta informação já está caducada, visto que no fim, muita coisa nova se reconfigurará em minhas posições. Mas uma coisa é certa: DEUS não muda, e se alguém me desabona pelo que abaixo segue, suguiro que pergute a DEUS, vá a FONTE, não vá a religião, ou aos interpretes de DEUS, vá a DEUS. Não confie no que sente seu coração, visto que o mesmo é enganoso. Muitas vezes usamos o pretexto de dizer o que vem ao coração como sendo algo bom, ou divino, entretanto, cuidado: o coração carente é egoísta e perigoso. Ainda mais um coração carente de DEUS. Não se iluda: DEUS não mente. Então, converse com ELE, mas lembre-se: conversar é um ato que envolve as duas partes, conversar não é monologar. Se vai conversar com DEUS vá com tempo para que ELE. no tempo DELE fale, não por um livro, não pela boca de alguém, mas por ELE mesmo, e então você saberá que DEUS é DEUS vivo, que fala ao que com ELE conversa.

Vamos lá, à defesa de elementos da minha FÉ (PARTE I):

Sobre o que penso da Igreja.

Talvez minha rudes nas falas no passado sobre as instituições cristãs levaram a muitos a crerem que não gosto de Igreja, entretanto, essa não é toda a verdade, visto que gosto de mim mesmo, afinal, Igreja são todas as pessoas que fazem parte do Corpo de Cristo. E não me excluo disso, ainda que os da igreja (não da Igreja) tentem-me fazê-lo. Explico.

IGREJA, palavra de origem grega, que aportuguesada ficou conhecida e transliterada como: eclesia. Este conceito nada mais significa que o agrupamento de gente, exatamente como um grêmio estudantil, um fã clube, um grupo de estudos e por ai vai. Sócrates, Platão e Aristóteles tiveram, cada qual, a sua eclesia, a sua igreja, ou o seu grupo de afiliados.

Efetivamente DEUS NUNCA criou ou empreitou criar coisas como as que hoje vemos e conhecemos como igreja e igrejas, entidades que carregam estes nomes mas não são IGREJA. DEUS criou UMA IGREJA. Ele nunca criou as denominações.

Do ponto de vista sociológico e religioso nosso DEUS-JESUS era judeu e não cristão. Ele nunca quiz ser outra coisa. Usando os termos denominacionais comuns no meio corrente nosso DEUS-JESUS era da seita dos essênios. Sim JESUS era de uma seita.

Ser IGREJA, que é o que sou, não significa que tenho que estar em uma igreja. Entretanto, a percepção cristã corrente e contemporânea, por não se entender como IGREJA, entende que só (se) faz parte da IGREJA aquele(s) que esta numa igreja. É o mesmo que ter sem ser.

Quando DEUS disse a Pedro: você é Pedro (que significa pedra, rocha), e sobre esta pedra edificarei a minha IGREJA, Ele não estava criando uma organização (argumento mantido pala Santa Sé sobre Pedro ser o primeiro papa). Sem querer vogar minha interpretação, mas já o fazendo (desculpem-me), não existe vestígio hermenêutico-sistemático-teologico que dê fundamento sobre ser este o instante em que se criou ou criaria um movimento religioso. DEUS ali está dando uma simples orientação do tipo: fiquemos juntos, unidos nós somos mais fortes.

DEUS-JESUS NUNCA criou o cristianismo, assim como Marx nunca criou o Marxismo. Ele criou o mundo, isso sim.

CRISTIANISMO foi um nome criado por pagãos para aquilo que eles não entendiam: um movimento (do ESPÍRITO) que crescia, e que precisava ser nominado: cristãos.

Alias, cristãos significa literalmente pequeno Cristo. Significa que as atitudes dos nossos primeiros irmãos de fé era tão idêntica com a de DEUS-JESUS-Cristo que os chamaram de cristãos, visto que não consideravam Cristo-DEUS, tiveram que criar esta nomenclatura apropriada, entretanto, Cristo-é-DEUS, e em sendo DEUS, o mais apropriado seria chamá-los-nos de: deuses-sinhos, o que para os nossos primeiros irmãos de fé, no DEUS-ressurreto, faria muito mais sentido de ser, mais do que ser chamado de cristão.

Lembro-me de certa vez quando tentaram matar nosso DEUS-JESUS (João 10) e Este falou aos judeus: por quais por qual destas obras ides apedrejar-me? Eis que responderam: Não é por nenhuma obra boa que vamos apedrejar-te, mas por blasfêmia; e porque, sendo tu homem, te fazes DEUS. Então DEUS-JESUS os respondeu: Não está escrito na vossa lei: Eu disse: Vós sois deuses? Se a lei chamou deuses àqueles a quem a palavra de Deus foi dirigida (e a Escritura não pode ser anulada), àquele a quem o Pai santificou, e enviou ao mundo, dizeis vós: Blasfemas; porque eu disse: Sou Filho de Deus? Se não faço as obras de meu Pai, não me acrediteis. Mas se as faço, embora não me creiais a mim, crede nas obras; para que entendais e saibais que o Pai está em mim e eu no Pai.

Interessante é que DEUS chama a fariseus de deuses e mais, ele os diz que todos os filhos de DEUS o são.

É por isso entre outros que não gosto de carregar o título de cristão, sendo eu filho, não quero carregar adjetivos vindo de pagãos.

Voltando a questão da igreja. O fato é que DEUS NUNCA criou, e nem intencionou criar, foram instituições como as que hoje conhecemos. NUNCA.

A organização fundamentada na administração partindo em Pedro era a que focava não numa estrutura humana, mas à disseminação do Reino de DEUS, ou seja, a agremiação de um povo, de uma nação - a nação Santa, a do sacerdócio Real, o povo escolhido - não para uma religião, mas para um Reino: o Reino de DEUS.

No Reino DEUS não existe religião ou religiosos, existe cidadãos. Da mesma forma como sou cidadão do reino da España, e sou cidadão brasileiro, sou também cidadão do Reino de DEUS. Este Reino tem uma constituição, e encontro elementos dela no Livro, este Reino tem um REI, que é DEUS, e que por bondade dele me concedeu o direito à cidadania deste Reino: o Reino do AMOR.

Não conheço quase nada deste Reino de AMOR e justiça, mas busco, segundo a orientação do meu monarca, conhecê-lo cada dia mais, não como uma religião, mas como um lugar. E dentro do meu limite operacional é que tento me aprofundar relacionalmente com o Rei, visto ser Ele o melhor anfitrião deste lugar. E é assim que, caminhando pelas ruas que me são permitidas Nele caminhar, é que falo das coisas que por lá encontro: não para doutrinar, até por que, sobre o Reino só posso falar das coisas, das paisagens, das impressões ambientais que lá encontro e minha alma carrega - a paz que excede a razão, a beleza que envergonharia as Tulipas, a ternura de um AMOR que não se toca nem se sente, o lugar-dos-lugares. O que faço, entretanto, é contar do que como foi a minha ida e vinda, das coisas que o Rei me mostrou e falou, não mais que isso, e dentro daquilo que entendo por bom senso, incentivo a que caminhem este caminho.

Eu não preciso de uma igreja, pois em sendo eu IGREJA, é que eu caminho pelo Reino.

Desculpe, viajei. Voltando, novamente ao tema da igreja.

Falei de como os pagãos de Roma criaram o conceito: cristão. Logo após este feito ela, a loba romana, tratou de assimilar o processo orgânico que fervilhava, entre os novos adeptos, para dentro de suas entranhas, e desta forma gerou o que hoje conhecemos como o cristianismo. Um paganismo com nome de Cristo.

Sem entrar muito em detalhes históricos, mas podemos fazê-lo em outra oportunidade, se compararmos as estruturas sociais das organizações pagãs de qualquer época veremos que a estrutura do cristianismo, também em qualquer época, e muito mais evidente na nossa, se assemelha em plenitude com o arcabouço pagão: ritos, gestos, símbolos, performances, sacerdote, donativos... Alias, a chamada igreja evangélica hoje é muito mais pagã que os devotos de religiões afro, druidas e afins.

Encontrar a IGREJA-de-Cristo não é o mesmo que encontrar cristãos.

Não foi à revelia que nosso DEUS nos advertiu sobre aqueles que carregariam seu nome, contudo, no dia do juízo, frente ao Juiz muitos ouvirão: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitas maravilhas? Então da boca de DEUS se ouvirá: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.

Fico impressionado com o numero de cristãos que preferem mandar os outros para o inferno que para o céu. Pais-cristãos que dizem aos seus filhos: se você fizer isso ou aquilo você vai para o inferno. Eu que não mando ninguém pra lugar nenhum, quando muito, oriento a que busquem o Reino de DEUS.

De fato nunca mandei ninguém para o inferno assim, no máximo por força do hiperbolismo social. Das poucas vezes que orientei pessoas a irem procurar uma igreja vi amigos que amavam a DEUS se tornarem verdadeiros demônios acusadores e profanos. Por essa razão adotei a postura de não mandar ninguém pra lugar nenhum. No máximo o que falo é: vá pra uma comunidade-igreja onde o Reino de DEUS seja prioridade: ensinado sempre, e lá permaneça, até que a consciência do Reino seja completa, então seia de lá, ou permaneça, segundo a orientação do ESPÍRITO.

Uma vez no Reino não tem mais saída, DEUS já não é mais o limite, é a plenitude. Por isso que digo: seja do Reino e não da igreja.

A igreja contemporânea ensina as outras coisas que serão acrescentadas, mas não ensinam sobre o Reino, que é o que deve ser buscado em primeiro lugar. Antes de ministérios, antes de dons, antes de frequentarmos este ou aquele lugar, antes da teologia, antes mesmo da bíblia, antes de qualquer coisa: o Reino deve estar em primeiro lugar.

Trocaram a ordem. Trocaram o evangelho eterno por um outro evangelho (e Paulo nos advertiu que isso iria acontecer, ao escrever para nossos irmãos de Gálatas), um evangelho humano, um evangelho dos evangélicos. Um evangelho anti-DEUS, uma evangelho ANTI-CRISTO.

Honestamente, prefiro dizer parafraseando Paulo: não considero que cheguei, visto que ainda estou aqui, mas corro a corrida da fé Naquele que por mim me vivificou em DEUS e como DEUS. Desse modo atento e adestro meus olhos e ouvidos à voz do Criador, não me admito confundir-me com a voz(es) das igrejas, pastores, teólogos e afins, ainda mais os da contemporaneidade, antes, busco no meu Salvador a certeza de seu Reino estabelecido em mim e em meus irmãos. Busco estar atento a Voz Dele, a querer Vê-lo, como outras vezes eu já o vi.

E é nesse caminho que hoje caminho, e que só visa a instigar à uma busca mais profunda de DEUS, ética e social, aplicável na diversidade do dia-a-dia, é que caminho dizendo: Buscai em primeiro lugar o Reino de DEUS e a sua justiça e as outras coisas voz serão acrescentadas.

DEUS abençoes a TODOS,

Abcs,

Nele,
un gnd abz,
Daniel Jimenez
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segunda-feira, 26 de julho de 2010

Confissões de um Salvo pela Graça

Tudo começou em Dez/2001. Eu ia para o trabalho de carro logo pela manhã, e comecei a refletir sobre o tema: "Vontade de Deus". Pensava assim: Por que quando falamos, que seja feita a vontade de Deus, falamos sempre de maneira pejorativa, ou seja, quando as coisas não saem do jeito que queremos usamos a expressão: "Que seja feita a vontade de Deus". Minha inquietação era sobre o porquê dizemos isso, se a vontade de Deus, teologicamente falando, é sempre a melhor (Rm 12:2). Lembro-me que essa foi uma das minhas primeiras questões teológicas.

Todos os dias escutava um programa de rádio da Igreja Renascer, apresentado pelo Duda Baguera. À tarde ouvia um outro programa chamado: "Razão para Viver" na rádio 105.7. Tudo era novo para mim, uma vez que eu pertencia a Igreja Congregação Cristã no Brasil (CCB). Eu sempre aprendi que o crente de verdade era aquele que sofria, que estava sempre em provações, triste, enfim, ser crente para mim era sinonimo de sofrimento, de afastamento total do "mundo". Qualquer atividade mundana era pecado, assistir tv, ir ao cinema, à praia, etc. O crente ideial era aquele que ia a Igreja todos os dias, que vive alerta e preocupado em não perder sua salvação, quer para ser salvo era necessário ser fiel até à morte. Eu havia sido criado na típica doutrina do pentecostalismo clássico. Mas aquilo que eu ouvia no programa do Duda era algo muito diferente, o crente não devia viver sempre sofrendo, Deus queria o melhor para seus filhos e eles deveriam crer nisso. Essa nova teologia foi especialmente importante para mim, pois passava algumas dificuldades no meu trabalho como falta de reconhecimento e "perseguição", e pensava que deveria suportar tudo calado, esperando até que Deus aparecesse e me desse a "vitória", me colocasse por "cabeça" e não por "cauda". Assim, a partir dessa nova visão, comecei a procurar outro emprego e rapidamente encontrei um melhor.

Certo dia, nesse novo emprego, um jovem da Assembleia de Deus veio me oferecer uma Biblia de Estudo que estava vendendo. "Bíblia de Estudo", pensei: o que era isso?, não tinha a menor idéia do que se tratava, fui criado acreditando que a Biblia não era para ser estudada, era apenas para ser lida em porções, mas nunca sistematicamente. A Bíblia para mim não era a Palavra de Deus, a Palavra de Deus era aquela pregada pelo ministro (ancião) da minha Igreja. Rapidamente adiquiri a Bíblia do jovem. Santa Bíblia! A tal Bíblia de Estudo é a Bíblia de Estudo Esperança, da Sociedade Bíblica do Brasil, as notas são do Luiz Saião e prefácio do Pr. Russell Shedd.

Em Jun/2002 tirei um mês de férias e passei a devorá-la. Seu grande mérito é ser simples. Composta por 365 perguntas e repostas dividas por temas como: Salvação; Cristo; Vida Eterna etc. Passei a estudar pergunta a pergunta. Quando me deparei com a pergunta de nº 106 algo muito forte aconteceu, foi como se escamas tivessem caído dos meus olhos, como se até o momento eu fora cego espiritualmente e passasse a enxergar. A pergunta era a seguinte:

Pergunta 106 - Tema Salvação: "O que devemos fazer para merecer a salvação?"

Resposta: Efésios 2:8 - "Para alcançarmos a vida eterna, isto é, termos o direito de vivermos para sempre com Deus precisamos de salvação. E, ao contrário do que poderíamos imaginar, não há nada que possamos fazer para merecer a salvação. A salvação é dada de graça, por meio da fé. Trata-se de um presente de Deus para todo o que crê em Cristo como salvador pessoal. Como vemos aqui, ninguem pode ser salvo pelas obras..."

Poderia uma verdade ser tão simples, tão bela, tão clara, sempre esteve alí, "perto dos olhos, mas longe do coração". Nesse mês de férias intensifiquei os estudos, passava as noites orando e estudando a Bíblia. Dessa maneira o Espírito Santo foi me iluminando e me mostrando outras pérolas de grande valor. Aprendi também sobre a segurança da salvação (Jo.10:28-29); que a vida eterna já recebemos quando cremos em Cristo (Jo.3:36); que o crente não entrará em julgamento no que concerne a sua salvação (Jo.5:24). Maravilhosa foi a maneira de agir do Espírito, destruíndo os sofismas em que eu acreditava e me concedendo a fé para crer de corpo e alma nessas novas verdades, novas pelo menos para mim...

Quando retornei das férias era uma nova pessoa. Arrisco-me a dizer que depois de ter nascido e crescido em uma Igreja, orar, "ler a Bíblia", frequentar os cultos 5 vezes por semana, eu havia realmente me convertido, no sentido ontológico da palavra. No trabalho contei a experiência a um amigo, o Ricardo, presbiteriano-calvinista convicto, nós sempre conversávamos sobre assuntos bíblicos na hora do almoço. Lembro-me de ter comentado sobre a maravilha que era saber que somos salvos pela graça, independente das obras ou da nossa fidelidade, que a salvação era um presente, um dom, uma dádiva, sua reação foi um misto de espanto e felicidade.

A partir daí passei a ouvir e assistir mais e mais programas evangélicos, a pesquisar sites de estudos bíblicos, a ouvir pregações, enfim a me inteirar cada vez mais dos assuntos teológicos. Nessa época tive a certeza de que queria fazer faculdade de teologia, mas estava enrolado com uma faculdade de contabilidade que não havia terminado. Não via a hora de terminar a contabilidade para começar a teologia...

No final de 2002 tive uma experiência que buscava desde criança, aquilo que os pentecostais clássicos chamam de: "Batismo no/com o Espírito Santo", foi algo realmente incrível, indizível. Hoje entendo isso mais como experiência pessoal com Deus, um "enchimento" do que propriamente dito como um Batismo, pois todos aqueles que foram batizados no Filho, foram também batizados no Pai e no Espírito. Caso contrário aqueles que não tiveram essa experiência não receberam o Espírito?, não creio assim, mas respeito o contrário. (continua)....